A gente segura, ama, elogia, roça, abraça, casa, convida, arrebata...
A gente segura, ama, elogia, roça, abraça, casa, convida, arrebata...
Você se lembra como se paquerava alguém antes do Facebook? Pra quem nasceu pra cá da década de 1980 pode ser difícil relatar esse ato, mas basta ser humano para ter passado por pelo menos algumas situações de paquera. Relembremos: antes, a gente penava pra conseguir o e-mail do fulano; antes ainda, procurava pelo sobrenome na lista telefônica... (Ah! A lista telefônica!). A gente paquerava no ônibus, na padaria, no boteco. Deixava carta com o porteiro, mandava um fax para o trabalho, corria pelos corredores da universidade para saber, afinal, em que curso aquele guapo estudava. E se alguém cutucava, era um ato ousado, cravando o dedo entre as costelas, para um misto de incômodo e chamado direto. Quase uma intimação. Precisava ter coragem pra cutucar. Colhão. Hoje, basta ter o mouse.
Não é porque Mark Zuckerberg (e sua incrível incapacidade de se relacionar) resolveu americanizar a paquera, que temos, nós outros todos, que nos tornar cutucadores virtuais em potencial! Verdade que o Facebook é uma espécie de pista de dança 24 horas e a tentação de colar virtualmente em alguém é realmente grande, mas olha... Manda uma mensagem, um “oi”, uma música... Principalmente se você nunca se dignou a trocar uma palavra com o ser cutucado. Tá sem ideia? Cita Nelson Rodrigues, Arnaldo Antunes, Fabio Jr, Wando... Chama de gostosa, manda o “você vem sempre aqui”, mas não cutuque, por favor!
para seguir: @euliatulias